quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Urnas encolhem bancada evangélica

Denúncias envolvendo evangélicos se refletem nas eleições e reduzem significativamente bancada na Câmara


Soraia Costa e Edson Sardinha


O escândalo da CPI dos Sanguessugas atingiu em cheio a bancada evangélica da Câmara. Dos 60 deputados que compõem a Frente Parlamentar Evangélica atualmente, apenas 15 continuarão no cargo a partir do ano que vem (veja em detalhes o desempenho eleitoral da bancada). Entre os que não se reelegeram ou não se candidataram, 16 foram citados como envolvidos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias. Nenhum dos reeleitos estava sob suspeita da Justiça.



Mesmo com a entrada de novos deputados, a Frente Parlamentar Evangélica não ultrapassará os 40 integrantes. Uma redução significativa para uma bancada que vinha em constante ascensão desde as eleições de 1989 e chegou ao auge em 2002, com 60 deputados e três senadores, sem contar os parlamentares evangélicos que não aderiram à frente.



"A bancada foi reduzida quase à metade e o escândalo dos sanguessugas foi o maior responsável", conclui o sociólogo Ricardo Mariano, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e autor de pesquisas sobre a participação política dos evangélicos. "A questão da ética e da moralidade é algo brandido em toda campanha evangélica e esses escândalos pegaram muito mal, principalmente no interior das igrejas", acrescenta.



As perdas de cada um



Atualmente, a Assembléia de Deus é a igreja evangélica com a maior representação no Parlamento, 22 deputados. Em seguida, vem a Universal, com 16 congressistas.



Todos os 22 membros da Assembléia de Deus se candidataram à reeleição, mas somente cinco garantiram vaga na próxima legislatura. Entre os que não se reelegeram, dez são suspeitos de participação na máfia das ambulâncias. Outros dois deputados federais de primeiro mandato, ligados à igreja, têm vaga garantida na Câmara a partir de 2007: Jurandyr Loureiro (PSC-ES) e Filipe Rio de Cara Nova (PSC-RJ). A bancada pode chegar a ter oito membros se for confirmada a eleição de Doutor Nechar (PV-SP). Ou ele ou o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, perderá a vaga em razão do deferimento da candidatura de Dimas Ramalho (PSB-SP), que estava sendo contestada.



A Assembléia de Deus, portanto, perderá pelo menos 64% de sua bancada atual. Não se pode confirmar ainda o total de eleitos pela Universal, mas há indicações de que a igreja não perdeu tanto, percentualmente, quanto a Assembléia de Deus.



A Universal reagiu de maneira diferente às acusações contra seus representantes no Congresso. Proibiu a candidatura à reeleição de parlamentares sob suspeita e com isso perdeu 14 postulantes. Apenas dois membros da igreja tentaram a reeleição, mas não conseguiram manter o mandato.



Com ou sem o apoio da igreja, nenhum dos deputados evangélicos investigados pelo esquema de compra superfaturada de ambulâncias conseguiu se reeleger. "Embora algumas igrejas não tenham impedido a candidatura dos acusados pela CPI, a punição foi dada pelos fiéis", diz o professor Ricardo Mariano ao avaliar o mau desempenho dos evangélicos no pleito realizado dia 1º.



A perda da maior bancada



O caso dos sanguessugas é atribuído pelos líderes da Assembléia de Deus a uma "jogada política" para reduzir a bancada evangélica e com isso facilitar a aprovação de projetos polêmicos como a discriminalização do aborto. Os fiéis, no entanto, não gostaram de ver a conduta de seus representantes colocada em dúvida e limaram os acusados.



O presidente do Conselho Político das Assembléias de Deus, pastor Ronaldo Fonseca, diz que desde a divulgação do esquema das ambulâncias, os evangélicos já sabiam que haveria redução drástica da bancada. "O maior grupo era o nosso. Já sabíamos que aconteceria essa redução porque houve um massacre da mídia com esse escândalo dos sanguessugas. Dos nove integrantes da Assembléia que foram citados pela CPI, sabemos que sete não tinham culpa nenhuma", afirma o pastor.



Ao surgirem as denúncias, a igreja chamou os acusados para uma reunião e instaurou sindicância interna para apurar os fatos. "Sabemos que pelo menos sete são inocentes, mas como não temos provas documentais não poderíamos exigir dos fiéis uma postura de apoio", prossegue Ronaldo Fonseca. "Por causa dos escândalos, a redução na bancada era inevitável, os evangélicos não perdoam desvio de caráter, não poderiam votar em suspeitos", acrescenta o pastor, que vê com bons olhos a atitude dos fiéis.



"Estamos mandando um recado para a sociedade de que a Assembléia só aceita políticos éticos. É um exemplo. Se o país todo fizesse isso, não teríamos mensaleiros", pensa o pastor.



Para ele, o mais importante agora é dar prosseguimento aos processos abertos contra os parlamentares. "Tenho certeza que muitos acusados apresentaram emendas, mas não fizeram nada irregular. Agora não podem engavetar esses processos. Tiramos eles nas urnas, mas queremos saber se eram inocentes ou culpados. Temos que saber o que aconteceu", exige Ronaldo Fonseca.



Na próxima semana, a igreja fará uma reunião com os deputados eleitos para avisar que acompanhará de perto a vida parlamentar de seus membros. A idéia da Assembléia é selecionar novos políticos dentro da igreja para promover a renovação da bancada evangélica em 2010. "Não houve tempo hábil para fazer a seleção agora, por isso nossa bancada ficou menor".



O declínio eleitoral da Universal



A decadência da Igreja Universal no Parlamento começou antes mesmo do aparecimento das denúncias dos sanguessugas, quando o ex-deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ), que era o líder da bancada da igreja no Congresso, foi envolvido nos principais escândalos que abalaram o país nos últimos anos: bingos, Correios e mensalão.



Ele renunciou ao cargo em setembro de 2005, afirmando não haver provas nem documentais nem testemunhais que o vinculassem a atos ilegais. A igreja decidiu afastá-lo, mas não conseguiu impedir a perda da influência na Câmara. O deputado apenas mudou seu nome político. De Bispo Rodrigues, passou a ser chamado de Carlos Rodrigues.



As denúncias de irregularidades nas emendas individuais de 14 membros da Universal pioraram de vez a situação. Dos 16 deputados integrantes da igreja, apenas Oliveira Filho (PL-PR) e João Paulo Gomes da Silva (PSB-MG) tiveram apoio para a reeleição. Eles tinham a ficha limpa, mas não conseguiram conquistar votos suficientes para voltar à Câmara.



É certo que a Universal ganhará novos representantes - entre eles, os deputados eleitos Paulo Roberto (PTB-RJ) e Léo Vivas (PRB-RJ) -, mas não chegará perto dos 16 deputados da atual legislatura.



Derrotas desse tipo estão levando os evangélicos a reavaliarem sua estratégia de acão política, estimulando-os a considerar até mesmo a ampliação da frente parlamentar, de modo a incluir católicos (leia mais). Um dos novos líderes revelados pelas urnas do dia 1º, Bispo Rodovalho (PFL-DF), defende que haja maior prioridade à ética e à luta por mudanças sociais (clique aqui para ver).


PRA NINGUEM ESQUECER VIU!!!!!!    Salve a verdade na Lei da Jurema Sagrada!

fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/Noticia.aspx?id=10539

Escandalo no Igreja Mundial!! O que dirão os evanmgélicos sobre isso?

POR MARIA MAZZEI EM 12/03/2010




Rio - Três pastores da Igreja Mundial foram presos ontem em Miranda (MS) por policiais rodoviários federais. Dois deles estavam com sete fuzis desmontados sob o banco traseiro e escondidos nas laterais das portas de um Vectra. As armas — de fabricação americana, avaliadas em R$ 25 mil cada uma — iriam ser entregues a traficantes do Morro do Martins, em Niterói.



Ao serem abordados pelos policiais, os pastores Sebastião Braz Neto, 42 anos, e Francisco de Moura, 31, chegaram a dizer que foram a Corumbá, fronteira com a Bolívia, para fazer uma pregação aos fiéis. Mas os patrulheiros desconfiaram porque o trio aparentou nervosismo. Depois de uma vistoria no carro, os agentes encontraram as armas acondicionadas e envolvidas por plásticos. Em seguida, o policiais foram a Campo Grande, onde prenderam o pastor Felipe Jorge Fretas, 36. Juntos, eles viriam ao Rio para fazer a entrega das armas. Os três foram autuados por tráfico internacional de armas.



Ontem, em Petrópolis, policiais federais prenderem um casal e apreenderam uma menor de 17 anos. O flagrante aconteceu quando as duas entregavam, ao homem, uma mochila com três pistolas, uma submetralhadora, drogas e quatro radiotransmissores



fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/3/pastores_detidos_por_trafico_de_armas_68886.html

O papa e o escândalo dos abusos sexuais na Igreja


                                            O cardeal Bernard Law da Arquidiocese de Boston


Nos últimos anos antes de sua morte, o papa João Paulo II foi alvo de uma intensa pressão internacional devido às denúncias sobre casos de abuso sexual contra crianças por parte de religiosos em várias partes do mundo, principalmente, nos Estados Unidos.
» Os 27 anos de papado de
João Paulo II

O caso mais famoso envolvia padres da Arquidiocese de Boston. Mas, mesmo com provas e, inclusive, com a confissão de culpa de alguns sacerdotes, o Vaticano adotou uma posição leve, enfurecendo as vítimas de abuso sexual.

A sede da Igreja Católica rejeitou as normas severas contra os padres, argumentando que a Carta de Proteção à Criança e ao Jovem é confusa, ambígua e difícil de conciliar com as leis canônicas. O Vaticano disse que "maiores reflexões sobre e revisão" da norma seriam necessárias antes que ela pudesse ser aprovada. A carta cria uma comissão de funcionários do Vaticano e da Igreja católica norte-americana para executar a revisão.

Os regulamentos que vítimas norte-americanas queriam impor determinavam que um bispo deveria remover um religioso de "qualquer função ou ministério eclesiástico" se houvesse acusação "confiável" de que ele praticara abusos sexuais contra um menor de idade. "É simplesmente trágico", disse David Clohessy, que dirige a Survivors Network of those Abused by Priests (Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres), uma organização de defesa das vítimas do abuso.

Os escândalos de pedofilia que abalaram a Igreja Católica nos últimos anos ocorreram praticamente em todas as dioceses dos Estados Unidos e envolveram mais de 1,2 mil sacerdotes, que abusaram de mais de quatro mil crianças.

Uma extensa investigação realizada pelo jornal The New York Times revela que 4.268 pessoas denunciaram publicamente ou à Justiça terem sido objeto de abusos de sacerdotes, embora vários especialistas afirmem que muitas mantiveram silêncio. A partir de registros judiciais, informes, documentos eclesiásticos e entrevistas, o Times encontrou acusações de abusos em 161 das 177 dioceses dos Estados Unidos.

Vítimas podem chegar a mil em Boston
Sacerdotes e outros membros da arquidiocese de Boston teriam abusado sexualmente de mais de mil pessoas nas últimas seis décadas, de acordo com o procurador de Massachusetts, Tom Reilly, indicando que o escândalo é tão grande que "é quase inacreditável".

O relatório, resultado de um jurado pesquisador que tratou de determinar se a hierarquia católica deve ser processada por ignorar as denúncias de abuso sexual, disse que a arquidiocese recebeu queixas de 789 supostas vítimas que denunciaram mais de 250 sacerdotes e empregados da Igreja. No entanto, se outras fontes forem levadas em conta, disse o procurador, é possível que tenham existido mais de mil vítimas, desde 1940 até agora.

O cardeal Bernard Law, que renunciou como arcebispo em dezembro de 2002, "é o principal responsável pelo trágico tratamento que sofreram crianças durante o tempo em que exerceu o cargo", disse Reilly no relatório de 91 páginas. "Mas ele não é o único responsável. Com raras exceções, nenhum dos principais administradores da arquidiocese lhe aconselharam a adotar os passos necessários para pôr fim a esse sistemático abuso de crianças".

Apesar do que Reilly considera "uma aceitação institucional dos abusos", não foram feitas queixas porque as leis de proteção à infância que se achavam vigentes durante a época em que se cometeram os abusos não o permitiam.

A grande quantidade de denúncias de abuso sexual documentada por pesquisadores em Boston parece sem precedentes, mesmo em meio de um escândalo que afetou a igreja em quase todo estado e fez com que cerca de mil pessoas formulassem acusações a nível nacional durante o ano passado. "O abuso a crianças foi tão grande e tão prolongado que chega a ser incrível", disse Reilly na carta de apresentação anexada ao relatório. O relatório é o resultado de 16 meses de investigação sobre a forma como os líderes da Igreja lidaram com o escândalo. "Eles preferiram proteger sua imagem e a reputação de sua instituição em lugar da segurança e o bem-estar das crianças confiadas a seu cuidado. Eles atuaram com uma pervertida devoção quanto ao segredo", diz o relatório em sua conclusão. "E eles não romperam o código de silêncio mesmo quando a magnitude do ocorrido deveria ter alertado a qualquer administrador razoável e responsável sobre a necessidade de procurar ajuda".


Redação Terra

FONTE: http://noticias.terra.com.br/mundo/mortedopapa/interna/0,,OI505144-EI4692,00.html